ATA do FED derrubou as bolsas nos EUA, e IBOVESPA continua em queda

06/01/2022

O fim da era de dinheiro farto nos Estados Unidos está mais perto do que se imaginava e os investidores não gostaram nada disso. A sinalização veio na ata do Federal Reserve (Fed), como é conhecido o banco central norte-americano, divulgada nesta quarta-feira (5).

Segundo o documento, os membros do Fed disseram que o fortalecimento da economia e a aceleração da inflação podem levar a mais aumentos e mais rápidos dos juros nos Estados Unidos.

Atualmente, a taxa básica está na faixa entre zero e 0,25% ao ano.

Atualmente, a taxa básica está na faixa entre zero e 0,25% ao ano. Confira a cobertura da última decisão do Fed, em dezembro.

E as surpresas na ata do Fed não param por aí. Alguns formuladores da política monetária do BC americano também apoiaram o início da redução do balanço de ativos logo depois do início do ciclo de aumento dos juros.

O Fed carrega hoje mais de US$ 8 trilhões em ativos no balanço. Não é por acaso, portanto, que os investidores tremem só de pensar na possibilidade de o BC norte-americano começar a desovar esses papéis no mercado.

A moleza acabou, o mercado não gostou

A notícia de que os mercados não terão mais os bilhões de dólares que o Fed vinha oferecendo na forma de compra de ativos e de juros zero não agradou. Afinal, com menos dinheiro circulando sobra menos para os investidores apostarem em ativos de risco, como a bolsa.

Logo após a divulgação da ata, o Dow Jones e o S&P 500 reverteram a tendência de alta e passaram a amargar perdas. O Nasdaq, que já vinha caindo mais de 1%, acelerou a queda e passou a recuar mais de 2%.

Aqui no Brasil, a ata também pesou sobre o Ibovespa que, assim como o Nasdaq, passou a cair mais de 2%.

Por dentro da ata do Fed

Na conclusão da reunião de dezembro, o comitê de política monetária do Fed (Fomc, na sigla em inglês) anunciou que encerraria o programa de compra de títulos em um ritmo mais rápido do que inicialmente delineado em novembro, citando riscos crescentes de inflação.

O novo cronograma colocaria o banco central no caminho para concluir as compras em março. Na ocasião, as autoridades do Fed também foram unânimes em indicar que precisariam começar a aumentar a taxa de juros neste ano, de acordo com projeções publicadas após a reunião.

Isso marcou uma mudança em relação à rodada anterior de previsões em setembro, que mostrava que o Fomc na época estava igualmente dividido sobre a questão.

A ata de hoje foi além, mostrando que o aperto monetário pode ser mais forte do que se pensava.

"Os participantes em geral observaram que, dadas suas perspectivas individuais para a economia, o mercado de trabalho e a inflação, pode ser necessário aumentar a taxa de fundos federais mais cedo ou em um ritmo mais rápido do que os participantes haviam antecipado", diz a ata.

E o documento prossegue: "Alguns participantes também observaram que poderia ser apropriado começar a reduzir o tamanho do balanço patrimonial do Federal Reserve relativamente logo após começar a aumentar a taxa de fundos federais".


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